Quando era pequenina ia até à janela e ficava horas a olhar para fora, era inverno, a chuva caía, estava muito frio , as plantas estavam tristes , a natureza não tinha cor. Chegava ao pé da janela e esperava por ti , todos os dias vinhas ter comigo.
Eras tu que me ouvias, a ti contava todas as aventuras do meu dia, nunca me desiludias, nunca chorei por ti e sei que mesmo não falando tu através do teu olhar me davas os melhores conselhos.
Diziam que as borboletas não sorriem mas tu, tu eras especial, tu sorrias para mim, tinhas um sorriso doce, muito encantador, um sorriso que me fazia esquecer a dor. Adorava o facto de seres livre, de teres lutado para sair do casulo, e ainda com as asas enrugadas que não te permitiam voar, tu sobreviveste.
De repente aprendeste a voar e a ver o mundo de uma nova perspectiva, e mesmo assim nada te intimidou. Venerava o facto estares sempre feliz, tinhas tudo aquilo que eu sempre quis. Queria a tua felicidade, não conhecer a realidade.
Queria viajar por locais desconhecidos, utilizar todos os meus sentidos. Não ter um rumo traçado, viver num mundo onde não existe o pecado. Gostava de tal como tu ter asas e poder voar, gostava de não ficar triste ao me apaixonar, gostava de conhecer uma pessoa e para todo o sempre a amar.
És uma borboleta livre de preocupações, vives cada dia sem razões, és ditosa num mundo onde até as flores parecem ter corações. És feliz a tua maneira, és um exemplo a seguir, és a minha amiga verdadeira, aquela que nunca vou deixar partir.
Diana Araújo
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