sexta-feira, 14 de junho de 2013

Desabafo de uma estudante!

Sou estudante universitária, estou no 1º ano, numa das consideradas melhores universidades do país, a universidade do Minho.
     Este é para mim um ano de adaptação, conhecimento de novo mundo, novas pessoas, nova cidade, nova 'escola', é um grande salto a nível de maturidade. Tempo de sair de casa dos pais e ganhar um pouco de independência.
     Estou a prosseguir estudos por opção própria, tenho plena consciência que hoje em dia é muito importante ter um curso superior, principalmente para ter melhores oportunidades no ramo do emprego. Ter uma licenciatura, um mestrado e quem sabe um doutoramento hoje em dia não é para quem quer, mas sim para quem tem possibilidades de o fazer!
     As propinas estão cada vez mais altas e a ajuda por parte do nosso país é no mínimo miserável. A obrigatoriedade escolar passou para o 12º ano, impossível para muitas famílias suportar os gastos económicos de um filho 12 anos a estudar. A quota de desemprego aumenta bruscamente de ano para ano, influenciando a falta de recursos para restituir os estudos dos seus descendentes.
      Veremos daqui a uns anos, quem sabe em breve, a taxa de analfabetos em Portugal a subir drasticamente por falta de meios monetários.
     Chega a uma altura em que nós universitários começamos a reflectir e expressar a nossa angústia! Estudantes finalistas pensam no que será o seu futuro. Talvez uma caixa de supermercado? Ou um part-time num café? Pois.. vale de pouco ou nada hoje em dia, no nosso país ter um curso superior! Depois de anos a fio a trabalhar arduamente para conseguir um curso, talvez a realização de um sonho é frustrante chegar à recta final e avizinhar um destino pouco ou nada risonho.
     É a triste realidade em que nos encontramos. Milhares de pessoas são todos os dias obrigadas a emigrar, não por opção própria, mas por já não terem mais condições para sobreviver. Estamos perante um governo impudente, em que a realização de campanhas eleitorais é mais relevante que a realização de acções de solidariedade. Os medicamentos, bem essencial para muitas pessoas estão a ser recolhidos das farmácias por estarem a preços mínimos. Estamos num país em que não vivemos em comunidade, vivemos individualmente.
     É pesaroso ver que salvar um partido é mais importante que salvar a vida humana. Somos obrigados a crescer aceleradamente para nos sabermos defender num país em que o lema é ' Cada um por si'. Hoje digo e não com orgulho, por vezes com a lágrima no canto do olho, é triste ser português.

                                                                                                            Diana Araújo