Este é para mim um ano de adaptação, conhecimento de novo
mundo, novas pessoas, nova cidade, nova 'escola', é um grande salto a nível de
maturidade. Tempo de sair de casa dos pais e ganhar um pouco de independência.
Estou a prosseguir estudos por opção própria, tenho plena
consciência que hoje em dia é muito importante ter um curso superior,
principalmente para ter melhores oportunidades no ramo do emprego. Ter uma
licenciatura, um mestrado e quem sabe um doutoramento hoje em dia não é para quem
quer, mas sim para quem tem possibilidades de o fazer!
As propinas estão cada vez mais altas e a ajuda por parte do
nosso país é no mínimo miserável. A obrigatoriedade escolar passou para o 12º
ano, impossível para muitas famílias suportar os gastos económicos de um filho
12 anos a estudar. A quota de desemprego aumenta bruscamente de ano para ano, influenciando
a falta de recursos para restituir os estudos dos seus descendentes.
Veremos daqui a uns
anos, quem sabe em breve, a taxa de analfabetos em Portugal a subir
drasticamente por falta de meios monetários.
Chega a uma altura em que nós universitários começamos a reflectir
e expressar a nossa angústia! Estudantes finalistas pensam no que será o seu
futuro. Talvez uma caixa de supermercado? Ou um part-time num café? Pois.. vale
de pouco ou nada hoje em dia, no nosso país ter um curso superior! Depois de anos
a fio a trabalhar arduamente para conseguir um curso, talvez a realização de um
sonho é frustrante chegar à recta final e avizinhar um destino pouco ou nada
risonho.
É a triste realidade em que nos encontramos. Milhares de
pessoas são todos os dias obrigadas a emigrar, não por opção própria, mas por
já não terem mais condições para sobreviver. Estamos perante um governo
impudente, em que a realização de campanhas eleitorais é mais relevante que a
realização de acções de solidariedade. Os medicamentos, bem essencial para
muitas pessoas estão a ser recolhidos das farmácias por estarem a preços
mínimos. Estamos num país em que não vivemos em comunidade, vivemos individualmente.É pesaroso ver que salvar um partido é mais importante que salvar a vida humana. Somos obrigados a crescer aceleradamente para nos sabermos defender num país em que o lema é ' Cada um por si'. Hoje digo e não com orgulho, por vezes com a lágrima no canto do olho, é triste ser português.
Diana Araújo
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